Treinamento da equipe da FSDE sobre a proteccao da crianca

Foi aprofundado o tema da conduta adequada dos colaboradores e adultos em geral na relação com as crianças e da importância da criação de ambientes seguros nos nossos Centros. A proteção dos menores é, na verdade, uma responsabilidade de todos: adultos, organizações, sociedade civil, famílias e comunidade em geral, e por isso, também nossa. Embora sejamos uma pequena parte na mudança de mentalidade necessária, a Fundação deseja fazer sua parte para tornar o mundo mais seguro e justo para as crianças.

Após revisar e aprofundar o Protocolo da Fundação para a Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis, os participantes tiveram a oportunidade de refletir sobre a maneira adequada de cuidar e estar com os menores, tanto no Centro como no ambiente da vida pessoal. O Código de Conduta da Fundação alerta, nesse sentido, sobre certas atitudes e comportamentos que podem representar um risco para a proteção das crianças. Cada um dos presentes foi activo tanto nos debates quanto nos testemunhos pessoais partilhados.

O aprofundamento dos fatores de risco na realidade cotidiana e em algumas circunstâncias particulares levou a esclarecer melhor como cada educador e cada pessoa que, em geral, trabalha em contato com crianças, pode reconhecer os sinais que revelam situações de risco e aprender a ter um olhar cuidadoso sobre as reações, comportamento e estado emocional e físico dos menores, criando com eles um vínculo mais acolhedor e digno. Na realidade dos nossos menores são de facto frequentes abuso sexual, violência doméstica, comportamento negligente por parte dos pais ou responsáveis, discriminação (pelo facto de serem órfãos, deslocados, com doenças crônicas como HIV-Sida e hanseníase, com deficiência, etc.), submissão ao trabalho infantil pesado, prostituição ou casamentos infantis.

Entre os Mecanismos de Protecção implementados em nossos Centros, estão as actividades de Apoio Psicossocial e de Aprendizagem Social e Emocional, das quais foram aprofundadas a distinção e a inter-relação.

Na realidade actual de Cabo Delgado, em que as crianças sofrem os efeitos de uma situação de instabilidade marcada pelo terrorismo, torna-se urgente ajudá-las a desenvolver resiliência e a capacidade de recuperação após as adversidades e as crises. Ao mesmo tempo, é importante saber responder às necessidades psicológicas e sociais das crianças e adolescentes e ajudá-los a adquirir as habilidades básicas para poder reconhecer e gerenciar as suas emoções, definir e alcançar os objetivos que se propõem, compreender as perspectivas dos outros, estabelecer e manter relações humanas positivas, tomar decisões responsáveis, etc.

Para uma melhor compreensão da Aprendizagem Social e Emocional, foi proposta uma sessão prática na qual os participantes tiveram a oportunidade de refletir sobre sua capacidade de autocontrole nas diversas áreas da vida pessoal.

As actividades de Formação Humana, Apoio Psicossocial, Aprendizagem Social e Emocional e o cuidado prestado aos menores nos Centros da Fundação ou por suas famílias, podem não parecer nada diante dos muitos exemplos contrários que recebem da sociedade, dos mídia de massa e de algumas práticas da sua própria cultura, contudo fazem a diferença e contribuem para a mudança de mentalidade necessária para criar uma sociedade mais rica na esperança.

Com compromisso e responsabilidade cada vez mais verdadeiros por parte dos colaboradores, ajudaremos as crianças a desenvolver habilidades de autoprotecção e reduzir riscos no ambiente em que vivem. Esse será o sucesso da Fundação “Sementes de Esperança”.